quinta-feira, 16 de março de 2017





CHUPAR LIMÃO

(terrivelmente difícil, mas possível...)


Adorei, adorei, adorei este post. Por isso o partilhei no meu mural do Facebook e ando a conversar com ele desde ontem.
É maravilhoso. 
Falar sempre bem do pai (ou da mãe) aos filhos, quando os Pais são separados. Engolir a mágoa e a revolta e centrar a lente na ternura e na intimidade que sentiram naquele momento mágico em que aqueles dois corpos (e seres) se uniram, oferecendo ao OUTRO o mundo todo, que parava lá fora, enquanto se amavam.
Sim, claro que há momentos de união física que não são mágicos e há crianças que são concebidas com tudo menos amor, é verdade, mas também é certo que a maioria das crianças resulta de uniões de amor, de uniões que, enquanto duraram, foram eternas e verdadeiras. Para essas crianças, houve um dia, um pai e uma mãe que se amaram. E enquanto se amaram, o seu amor foi genuíno, forte e cheio de promessas. Mesmo que essas promessas tenham depois, durado pouco e sido levadas pela vida.
Esse dia, esse encontro, essa união que aconteceu numa data, legitima o respeito que se deve ter pelo pai, ou pela mãe dos filhos, mesmo que a vida tenha agora afastado esses Pais e, por isso, embora agir assim seja tão difícil como chupar limão, é possível e terá efeitos altamente positivos na cabeça dos meninos e meninas, filhos e filhas, desses Pais.
As crianças arrumam bem os Pais na cabecinha, é verdade, sem ser preciso estarem ainda a ouvir mais azedume, mais mágoa. Sabem exatamente o que pensar do pai e da mãe. A cabecinha deles está mais resolvida, muitas vezes, do que aquilo que se pensa, porque são recetores de mensagens que não vêm só pela voz: vêm pela expressão, pelo toque, pelo segredar, pelos póros, pela intuição que vão construindo. São figuras participantes numa história onde estão, com o pai e com a mãe, mesmo que em separado. 
E a maior verdade é que os meninos e as meninas, ao invés de só pares de confissão e de conversa, com quem desabafamos e carpimos mágoas, serão sobretudo, filhos e filhas daquele pai e daquela mãe e isso dá-lhes uma capacidade de amar muito maior do que julgamos.

P.S. E sim, eu sou daquelas pessoas que acha que o mundo  lá fora pára quando duas pessoas se amam e se entregam, mas quanto a isto, já não há nada a fazer...


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