sexta-feira, 6 de maio de 2016




DE GINJEIRA

Expressão originária de zonas rurais e atribuída àqueles que, tendo trabalhado conjuntamente na apanha, ou no furto de ginjas, conhecem-se bem (...).

A. Tavares Louro, 2006
CIBERDÚVIDAS






Metemo-nos as duas no carro e lá fomos. Era o dia aberto do curso que quer, numa das faculdades da Universidade de Lisboa. - Sim, vamos, enquanto lá estás, eu passeio por Lisboa há sempre coisas para ver.
Lá foi e esteve. Sei que gostou. Contou tudo ao pormenor, no registo que tem, lúcido e ponderado, com ares de adulta curiosa e expectante.
Enquanto por lá andei, sozinha, senti o pulsar da cidade, da correria, da chuva que não parava, senti o pulsar de um sítio grande, cheio de gente, senti que daqui a uns meses, poucos, ela estará por lá, apressada adulta, senhora de si e pronta a agarrar o futuro que quer.
Apetecia-me conservá-la perto de mim, debaixo da minha asa de galinha gordacomo dizia aqui , resolver-lhe eu os passos, tratar-lhe eu do futuro e mantê-la juntinho a nós, neste puzzle familiar que escolhemos e que tem 5 peças. 
Pois... mas não dá, não pode ser. A vida corre o seu curso e a asa tem que abrir e deixá-la sair. Não há volta a dar a isto e eu, com o espírito prático que procuro ter em tudo na vida, terei que ter para isto também. Sem dramas.

E por isso, foi um ar desenvolto, prático e despachado que pus na cara enquanto por lá andei. Embora adivinhe em mim uma nostalgiazinha teimosa que virá por antecipação, também, já sei, ou não me conhecesse eu de ginjeira!
POIS...



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