domingo, 18 de janeiro de 2015




PASTELICE

(... da família de "pastelar"...)






Terei para todo o sempre este dilema aos domingos... Acordo cedo, acordo tarde, vou, não vou, acedo ao meu bioritmo preguiçoso ou nego-lhe o apelo e levanto-me, perco quase metade da manhã, porque fico na cama, ou ganho-a porque faço outras coisas?... Pois...

-Estavas a dormir profundamente, não te quis acordar.
-Opá, bolas, mas é domingo, claro que estava a dormir profundamente, que horas eram quando acordaste? Queria ter ido contigo!
Era cedo, para mim, para um domingo, para uma mancha de tempo à minha frente assim livre de horas e combinações. "Os pilares da Terra" fizeram-me companhia até tarde, na noite anterior, estou ao lado da vida daquelas personagens, a espreitar-lhes e a seguir-lhes o percurso o tempo todo. Diabo do homem, escreve mesmo bem!
As miúdas chegaram de um acampamento, o irmão estava a fazer trabalhos de casa, a casa estava silenciosa, o lugar ao meu lado da cama estava frio. Lá me levantei meia desconsolada. Nunca o tenho comigo até tarde, de manhã...! O nosso bioritmo será sempre diferente!
Embrenhei-me numa série de coisas aqui por casa e o domingo lá seguiu, pastelão, embalado por uma temperatura baixa que convida ao toque caseiro.
Agora o dia está quase no fim e a infinidade de coisas que tenho para fazer é muita. Vou segmentá-las no cérebro e na intenção e dividi-las pela semana, é o melhor. Ao domingo dou-me ao direito de (quase) nada fazer e isto, sabe-me pela vida, ESTA ANESTESIA, ESTE TORPOR... Chego a acreditar que é um mecanismo de defesa biológico...

E como me sabe pela vida, acho que vou deixar de me culpar com isto e aceitar-me assim e pronto, já tenho idade para isso... Esta pastelice vai sendo assim, sempre que possível, embora, confesse, me faltes lá um pedacinho pela manhã, ao meu lado... 
Hoje não me escapas! Afinal, o dia tem muitas horas, ou não é?



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