segunda-feira, 15 de abril de 2013

 
 
BEIJO DE AMOR
 
(que me perdoem os que não são românticos...)
 
 
Ela era uma prostituta, jovem e lindíssima, com algumas características de elevação que a afastavam do protótipo normal, de rua; e ele era um milionário meio perdido, com ânsias de um "mergulho" emocional num qualquer desconhecido e por isso, ou pelos acasos e voltas que a vida lhes foi dando, a encontrou... Um pouco por acaso, acabam por se ir envolvendo, no início suportados por questões formais, quase de "contrato", mas no fim, já entregues um ao outro, e vítimas de uma paixão que os arrebatou e o fez tirá-la de uma vida que todos víamos que ela não queria. O espetador do filme sente-se aliviado pelo final da trama e sai do cinema com aquela sensação agradável de leveza e sorriso nos lábios... Nem sempre estes filmes "colam", mas quando "colam", recordamo-los quase para sempre! (e é o caso, pelo menos para mim...)
 A ternura que se sente desde o início do filme pela personagem feminina e também um certo charme que ele, o protagonista masculino sabe "deitar" para  o espetador, fazem com que este filme, PRETTY WOMAM (filme de Garry Marshall, -1990- com Julia Roberts e Richard Gere), não sendo, eventualmente, uma obra prima do cinema, seja por quase todos nós recordado como uma doce lembrança vindo-nos vagamente à memória o que lá se retratava... Para além de tudo isto, recordo-me de algumas coisas, apontamentos de composição da personagem feminina, que me faziam "gostar dela" e achá-la diferente... uma dessas coisas era a exigência e os "protocolos" que ela tinha para com os beijos. Nunca beijava na boca, o beijo era um reduto completamente proibido, mais que as carícias e tudo o mais e o resto... alegava que só beijaria quando estivesse mesmo apaixonada e que esse gesto de beijar profunda e apaixonadamente selaria esse sentimento e não se poderia banalizar. Recordo este pormenor com alguma graça, visualizando, à distância, algumas cenas do filme...
Hoje, "passeando" superficialmente pelo mural do Facebook, vi que era, ou foi, por um destes dias, o DIA DO BEIJO (?!?!)... (é incrível o que se "aprende" no Facebook!) e lembrei-me de alguns célebres beijos do cinema, de algumas canções alusivas a isso, deste pormenor deste filme, das várias formas de beijo que podem haver e do que esse gesto pode, de facto, significar. Relativamente ao beijo de amor, acho mesmo que qualquer sabedoria popular, intuição, visionamento, fundamento, perspicácia, esperteza, ou afins, o argumentista/produtor terá tido ao incluir essa característica à personagem e atrevo-me a dizer que talvez tenha sido um profundo conhecimento (ou intuição) acerca da natureza feminina... Um beijo de amor será talvez das coisas mais bonitas e íntimas numa relação e durante um beijo de amor, tanto se pode falar, dizer, ouvir, sentir, escutar, dar e receber. Penso que o célebre "gene X" feminino, nos porá, a todas, dentro "deste saco", com um bocadinho deste sentir...
A qualquer um, ou uma, das nossas relações familiares, sociais e profissionais podemos dar um beijo familiar, social, ou profissional, incluindo-o a ele, o beijo, numa série de outras importantes convenções sociais, mas só àquele, ou àquela que escolhemos livremente e que distinguimos como único, ou única no meio de uma multidão imensa, só a esse, ou essa, nos podemos oferecer, quase sempre de olhos fechados, num profundo e longo beijo de amor... e é tão bom....!!!

 
 
 
 

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